quinta-feira, 5 de maio de 2016

Drogas e saúde bucal

Vem sendo observado diariamente um aumento significativo de indivíduos dependentes químicos, bem como a falta de aprofundamento nesse assunto por parte da Odontologia. No entanto muitas vezes serão os profissionais dessa área os primeiros a terem a oportunidade de diagnosticar o aparecimento de possíveis alterações surgidas em virtude do consumo de cigarro, álcool ou drogas ilícitas.


Drogas como álcool, tabaco, maconha, cocaína, crack, entre outras, destroem o caráter, comprometem o sentido realístico, diminuem ou acabam com o senso de responsabilidade, fragilizando a família e o próprio indivíduo, que soma para si uma série de alterações físicas, químicas e emocionais.

Nesse sentido, a saúde bucal acaba ficando debilitada, apresentando alterações no fluxo salivar, desgastes dentais, perda óssea, cáries mais frequentes, problemas periodontais, xerostomia, bruxismo, hipoestesia e dor.


Cada substância tem seu poder devastador sobre os tecidos bucais. Na literatura, o álcool, além de causar doenças gastrointestinais, distúrbios vasculares e desordens no sistema nervoso central, facilita a penetração de carcinógenos na mucosa bucal


Esse fenômeno pode ser explicado por meio da solubilização de alguns agentes genotóxicos e pelo aumento da permeabilidade da mucosa na presença do álcool. Outro aspecto levantado é a maior permeabilidade de mucosa não queratinizada, como o bordo lateral da língua e da mucosa jugal, comparada a tecidos queratinizados existentes nas mucosas de revestimento do palato e da gengiva.


O consumo excessivo do tabaco, por sua vez, promove mudanças efetivas em células da mucosa bucal, mesmo na ausência de exposição ao fumo. A folha do tabaco contém complexa mistura de componentes químicos: hidrocarbonetos, fenóis, ácidos graxos, isopropenos, ésteres e minerais inorgânicos.

Segundo pesquisadores, a leucoplasia, caracterizada por uma mancha branca ou placa branca na superfície de uma mucosa, tem como fator desencadeante o uso frequente de tabaco e álcool. Muitos dos constituintes químicos do tabaco e os produtos finais de sua combustão são substâncias irritantes capazes de produzir mudanças leucoplásicas da mucosa bucal; mascar o fumo também desencadeia o mesmo problema, mas não é tão agressivo quanto fumar.


Inúmeros estudos têm tentado elucidar os efeitos prejudiciais da maconha à saúde, tais como câncer de pulmão, traqueia e boca e outros associados ao cigarro, em que a única diferença entre os dois está no princípio ativo. A redução do fluxo salivar no caso da maconha ocorre em função da ação parassimpatolítica da droga. Esse e outros fatores etiológicos embasam a verificação da alta prevalência de cárie e doença periodontal em indivíduos dependentes.


O princípio ativo da maconha é o THC (tetra-hidro- -canabinol), o qual prejudica a produção de células de defesa, deixando o candidato com potencial de infecção, em virtude da imunossupressão. 


A candidíase é uma manifestação que pode ser observada nos usuários, assim como a xerostomia intensa (secura excessiva na boca, em razão da secreção insuficiente ou nula de saliva), levando-os a consumir maior quantidade de doces e guloseimas, o que aumenta o risco à cárie. 

Candidíase oral.
Seus efeitos também aparecem no sistema cardiovascular, consequentemente há diminuição da pressão arterial. Assim, o uso de anestésico local deve ser analisado pelo dentista. (Por isso o paciente deve contar ao seu dentista todos seus hábitos, pois dependemos das suas informações para escolher o melhor tratamento para cada caso).


O bruxismo está presente em alguns pacientes pela alteração do psiquismo e do desenvolvimento de espasticidade, trazendo efeitos prejudicais para os músculos, dentes e ATM (articulação temporomandibular). 


Como a cocaína pode provocar morte súbita por parada cardíaca, infarto do miocárdio, nenhum tratamento odontológico eletivo é aconselhável enquanto o paciente faz uso de tal substância.
Quando os usuários esfregam cocaína nos dentes e na gengiva, ela resulta numa solução ácida, e provoca erosão do esmalte dental, ou seja, a perda de tecido duro da superfície dos dentes. “Essa perda é muito agressiva e pode desencadear dor, sensibilidade exagerada e comprometer a aparência do paciente”.

Crack 
Fumado em ‘cachimbo’, o crack é muito agressivo à saúde oral. Ao entrar em contato direto com a boca, a fumaça danifica o esmalte, a gengiva e os nervos.



Ecstasy 
“A droga do ‘amor’ deveria ser conhecida como a droga da ‘dor’”. Isso porque o ecstasy predispõe o usuário a sofrer de boca seca e bruxismo, que é o ranger involuntário dos dentes durante o sono. “Toda estrutura da arcada dental pode ser prejudicada se não tratada adequadamente”, alerta.



Metanfetamina Uma droga altamente ácida e uma das mais agressivas para os dentes, já que provoca cárie em um curto espaço de tempo.


Alerta para o câncer 
Pessoas com mais de 40 anos, que fumam, usam drogas ou bebem muito, precisam ficar atentos a: 
  •  machucados constantes 
  • histórico de câncer oral na família 
  • aparecimento de feridas que não cicatrizam dentro de uma semana 
  •  manchas brancas, vermelhas ou pretas 
  • carnes crescidas, caroços e bolinhas escuras
“Enquanto algumas pessoas manifestam dificuldade para falar, mastigar e engolir, em estágios mais avançados da doença, no início, os sinais podem passar despercebidos, daí a importância de um autoexame regular e visita regular ao dentista”, 

fonte: http://saude.terra.com.br/saude-bucal/atualidades/conheca-seis-drogas-que-prejudicam-os-dentes,03c43fbb1eaaf310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
file:///C:/Users/saude/Downloads/06_Alteracoes_bucais.pdf



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