terça-feira, 23 de agosto de 2016

Herpes e Herpes Zoster

Herpes simples

As infecções pelo vírus herpes simples do tipo 1 (HSV-1) são bastante comuns. Raramente também podem ocorrer infecções pelo vírus herpes simples do tipo 2 (HSV-2). O herpes simples é um vírus de DNA de baixa infecciosidade.
Após penetrar na mucosa oral, viaja ao longo dos dendritos para alcançar o gânglio trigêmeo, onde pode permanecer latente por anos. O vírus também foi isolado em locais extraneurais como a gengiva.
Clinicamente, a doença caracteriza-se por uma instalação súbita acompanhada de febre alta, mal-estar, irritabilidade, dor de cabeça, boca dolorida, seguindo-se, após um ou dois dias, a fase eruptiva.


A mucosa afetada é vermelha e edemaciada, com numerosas vesículas coalescentes que se rompem em 24 horas, deixando úlceras pequenas, dolorosas, rasas, arredondadas, recobertas por uma pseudomembrana e contornadas por um halo eritematoso. As úlceras podem coalescer, formando ulcerações maiores, irregulares.
Novos elementos continuam a aparecer durante os primeiros três a cinco dias. A cura ocorre espontaneamente sem deixar cicatriz após uma semana. Durante esse período, a dor pode tornar a alimentação difícil. 
As lesões podem ocorrer na gengiva, língua, palato, lábios, mucosa jugal, tonsilas e faringe. Um aspecto constante da doença é a linfadenopatia regional dolorosa bilateral.


O diagnóstico geralmente se baseia nas características clínicas, mas podem ser feitos esfregaços citológicos ou testes sorológicos com dosagem de títulos de anticorpos.
As infecções herpéticas secundárias ou recorrentes são resultantes da reativação do vírus herpes simples em indivíduos pré-infectados.
Os fatores predisponentes que podem precipitar a reativação do vírus incluem doenças febris, trauma, estresse emocional, radiação ultravioleta, imunossupressão, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e leucemia. Essas infecções recorrentes geralmente ocorrem mais de uma vez por ano, a maioria na borda do vermelhão labial, também podendo ocorrer no palato duro e na gengiva inserida.


As lesões bucais consistem de um pequeno número de vesículas discretas dispostas em grupamentos. As vesículas rompem-se em aproximadamente 24 horas, deixando pequenas úlceras com 1-3 mm de diâmetro, que curam espontaneamente entre cinco a dez dias.
As lesões labiais são caracteristicamente recobertas por uma crosta acastanhada. A recorrência geralmente acompanhada por dor local e mal-estar geral.
Neste caso, o diagnóstico se baseia em critérios clínicos. Pode ser realizado e exame histológico complementar das raspagens da úlcera gengival. O exame histológico revela células epiteliais gigantes multinucleadas, corpos de inclusão intracelulares e cromatina marginal.
O diagnóstico diferencial deve ser realizado, pois inúmeras patologias podem se manifestar na cavidade oral e assumir os mesmos aspectos clínicos das infecções pelo herpes simples.

Herpes Zoster


Herpes zoster é uma infecção viral que provoca vesículas na pele e geralmente é acompanhada de dor intensa. Ela pode acometer qualquer parte do seu corpo, mas é mais frequente no tronco e no rosto, evidenciando-se como uma faixa de vesículas em apenas um dos lados do corpo.

É causado pelo vírus varicela-zoster – o mesmo agente da catapora – e acomete pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram com vírus latente (adormecido) em gânglios do corpo. Anos mais tarde, esse vírus pode reativar na forma de herpes zóster.

Embora não seja uma condição de risco de vida, o herpes zóster pode ser muito doloroso. Vacinas podem diminuir as chances de se ter a doença, enquanto o tratamento precoce reduz a chance de complicações.

Causas

Como já citado, qualquer pessoa que teve catapora em algum momento da vida pode desenvolver herpes zóster. Depois de se recuperar da catapora, o vírus fica alojado em gânglios próximos ao sistema nervoso e permanece latente por anos. Eventualmente pode reativar e “viajar” ao longo das vias nervosas para a pele – produzindo as erupções.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Você sabe o que é a xerostomia?


O nome estranho diz respeito à famosa síndrome da 'boca seca'
 
Palavra de origem grega, xerostomia é uma combinação de xeros, que significa seco, com stoma, que é boca. Ou seja, trata-se da famosa "boca seca" – condição que se caracteriza pela diminuição da produção salivar. Fisiologicamente, a salivação começa a diminuir a partir dos 30 anos. Aos 60 anos, a pessoa tem metade da saliva de um jovem. O problema é que todos precisam de saliva para digerir os alimentos, limpar a boca e controlar a população de bactérias, evitando infecções.

De acordo com o odontólogo Artur Cerri, diretor na Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, a queda no volume de saliva produzido pela boca acaba dificultando a deglutição e diminuindo a resistência bucal. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, essa condição pode resultar, inclusive, na perda dos dentes. "A síndrome da boca seca pode ser fisiológica ou indicar algumas doenças sistêmicas, acelerando o aparecimento de cárie, infecção bucal e, principalmente, gengivite. Além de comprometer a saúde bucal do idoso, acaba interferindo no roganismo e na qualidade de vida, porque o paciente, naturalmente, passa a comer menos e ingerir apenas alimentos macios ou líquidos", explica o especialista.

De acordo com o cirurgião-dentista, a síndrome da boca seca possui 12 sintomas muito comuns, que podem ser facilmente identificados (não ocorrem, necessariamente, todos ao mesmo tempo):
  • Sensação pegajosa na língua
  • Língua avermelhada, áspera ou seca
  • Sensação ruim na garganta, como se fosse um pigarro
  • Feridas nos cantos da boca
  • Fissuras nos lábios
  • Ardência lingual
  • Mau hálito
  • Sede frequente
  • Dificuldade ao falar
  • Rouquidão
  • Secura nas vias nasais
  • Dor de garganta
Cerri afirma que, além do processo de envelhecimento, uma das causas mais comuns são os efeitos colaterais de determinados medicamentos para tratar certas doenças, como depressão, ansiedade, obesidade, alergia, incontinência urinária e Mal de Parkinson. Também pode se tratar de um desdobramento de determinadas doenças, como diabetes, anemia, fibrose cística, hipertensão e artrite reumatoide. "Não podemos descartar outras causas, como desidratação e danos ao sistema nervoso, principalmente após traumas ou cirurgias. Mas, outra causa muito comum é o fumo. O fumante passa muito tempo respirando pela boca enquanto fuma, e isso acaba agravando o quadro", afirma Artur Cerri.